O marco regulatório da saúde suplementar chega aos 25 anos de existência em 2023, mas a Unimed tem uma história que ultrapassa o período. O sistema de cooperativas venceu todas as 29 edições da categoria Plano de Saúde na Folha Top of Mind, e em 2021 obteve seus melhores resultados na pesquisa Datafolha em faixas de idade que indicam a renovação de seu público: o índice de lembrança foi de 35% entre os entrevistados entre 35 a 44 anos.
Para Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil, a maior presença do sistema nesse grupo do estudo tem relação direta com a Covid-19. "Essa é uma faixa etária que compreende grande parte da população economicamente ativa, que consome planos de saúde e que cada vez mais se preocupa em adotar uma rotina de cuidado com o bem-estar, pensando em um futuro mais saudável. Esse comportamento se acentuou com a pandemia", diz.
Ainda de acordo com o presidente, a atuação da Unimed no cuidado da população durante os últimos dois anos foi fundamental para fortalecer sua reputação no mercado. Ele cita o sucesso de medidas como a adoção emergencial de 550 iniciativas de adequação do atendimento, a contratação de 13 mil profissiona is de saúde e a expansão de capacidade das UTIs, que ajudaram a população a ter o melhor atendimento no período de maior transmissão do coronavírus.
Mas Abujamra também acredita que a Covid-19 ajudou a trazer à tona a discussão sobre a crise do setor de planos de saúde no país. Diz que os próximos passos do mercado estão na revisão do marco regulatório e no debate mais técnico sobre seu funcionamento.
"Precisamos discutir como tornar o sistema mais efetivo e eficiente, garantindo que recursos já alocados pela sociedade se revertam em melhor cuidado", explica.
Folha - A Unimed venceu todas as 29 edições do Top of Mind de Plano de Saúde. Qual é a avaliação deste histórico?
Omar Abujamra Junior - Além da grande satisfação em fazer parte de toda a história do prêmio Top of Mind, a presença constante da Unimed significa o reconhecimento de que nosso trabalho impacta de forma significativa o dia a dia de grande parte da população. Essa lembrança constante por parte dos consumidores reforça a confiança depositada em nosso trabalho e reflete a percepção a respeito do nosso compromisso de promover um cuidado assistencial de alta qualidade, em todos os momentos da vida dos nossos clientes e em todas as regiões do país.
Quais foram as principais mudanças do setor de planos de saúde nos 32 anos de existência da pesquisa Datafolha?
Ao longo dos anos, a saúde suplementar passou por diversos avanços importantes, que têm marcos importantes na regulação do setor e na criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Desde então, uma série de evoluções podem ser percebidas, tanto no que diz respeito à operação de planos de saúde quanto no acesso das pessoas aos serviços privados. As cooperativas médicas foram o segmento de maior crescimento na saúde suplementar desde o início dos anos 2000, tanto nos grandes centros quanto no interior do país.
Uma mudança significativa, ocorrida na esteira da regulação do mercado de saúde suplementar nos últimos anos, foi o investimento em hospitais e serviços próprios, estratégia que contribui ainda mais para viabilizar a interiorização de uma medicina de qualidade e a expansão da infraestrutura de saúde do País. Os serviços próprios locais são iniciativas de alto valor agregado, que oferecem condições diferenciadas para o exercício do trabalho médico e a fixação de profissionais no interior, levando uma garantia assistencial diferenciada com custo sustentável e promovendo a geração de empregos e investimentos nas comunidades locais.
Na pesquisa Datafolha de 2021, a Unimed foi lembrada por 45% dos entrevistados de idade entre 35 e 44 anos. Como o senhor avalia este dado?
Essa é uma faixa etária que compreende grande parte da população economicamente ativa, que consome planos de saúde e que cada vez mais se preocupa em adotar uma rotina de cuidado com o bem-estar, pensando em um futuro mais saudável. Esse comportamento se acentuou com a pandemia de Covid-19 e se refletiu na lembrança da Unimed por esse público.
Qual é o balanço do impacto da pandemia nos negócios?
A atuação do Sistema Unimed foi fundamental no enfrentamento da pandemia, o que fortaleceu ainda mais nossa reputação no mercado. Nos períodos de maior intensidade de transmissão do coronavírus, foram adotadas ações emergenciais em mais de 550 iniciativas para adequação da rede de atendimento e houve a contratação de mais de 13 mil profissionais de saúde e técnicos para atuar na linha de frente em situações de urgência e emergência.
Também expandimos nossa capacidade de leitos de UTI já instalados em 58% no primeiro ano da pandemia, abrimos 12 hospitais de campanha nos momentos mais críticos e criamos centros de cuidados especializados para acompanhar os pacientes com consequências físicas e emocionais pós-Covid.
Nossas Unimeds ainda foram referência para toda a sociedade com ações de comunicação que aproximaram as pessoas, participando de lives e divulgando campanhas que contribuíram para consolidar a marca como referência em informações confiáveis em um momento de grande insegurança e disseminação de notícias falsas. Inclusive, fomos destacados pela Aliança Cooperativa Internacional como exemplo no enfrentamento da pandemia e marca de relevo.
Quais são os próximos passos da Unimed?
A marca Unimed completa 55 anos de existência em 2022. Com objetivo de garantir a perenidade de nossa marca, estamos preparando um grande movimento de reposicionamento. Além da redefinição de nossa identidade organizacional, passamos a contar com um propósito único para todo o sistema, que se fundamenta em planejamento estratégico integrado. Isso culmina inclusive na modernização de nossa marca e na atualização dos direcionadores de linguagem, enfatizando sempre uma visão sistêmica e humana, bem como a disseminação de conhecimento.
Quais são as previsões para o mercado?
O setor de planos de saúde enfrenta sua crise mais intensa desde a regulamentação no final dos anos 1990. Esse é um reflexo direto dos choques de demanda causados pela pandemia de Covid-19 e também do aumento da inflação e principalmente dos custos de insumos, materiais e medicamentos. Antes da pandemia, os gastos com saúde já representavam 9,6% do PIB nacional, sendo que 60% eram gastos privados, ou seja, das famílias. Além disso, pautas importantes da saúde têm sido tratadas sem qualquer debate técnico sobre a sua viabilidade.
Precisamos discutir como tornar o sistema mais efetivo e eficiente, garantindo que recursos já alocados pela sociedade se revertam em melhor cuidado e melhores indicadores de saúde para a população. No que diz respeito à saúde suplementar, é fundamental recuperarmos os pilares de segurança assistencial, segurança jurídica e segurança econômico-financeira do setor, além de rever o marco regulatório para viabilizar o acesso de uma maior parcela da população brasileira à proteção social dos planos de saúde.
Na sua opinião, o que é importante para uma marca ser Top of Mind?
Atributos como a oferta de produtos de qualidade, reconhecimento do seu público, presença no cotidiano das pessoas, uma visão clara dos valores da empresa, consistência em seu propósito e credibilidade são requisitos fundamentais para se manter na memória dos brasileiros – em especial no segmento de saúde, em que atributos de segurança e confiança são fundamentais. A Unimed vem consolidando sua reputação graças ao esforço contínuo e perene de reafirmação do seu papel como um sistema com grande autoridade na gestão de saúde da população.
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